sábado, 19 de janeiro de 2013

O belo é infinito e livre



Filippo Lippi, Coroação da Virgem (1485, Pinacoteca Vaticana, Roma).
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«Chamamos ao belo ideia do belo. Este deve ser concebido como ideia e, ao mesmo tempo, como a ideia sob forma particular; quer dizer, como ideal. O belo, já o dissemos, é a ideia; não a ideia abstracta, anterior à sua manifestação, não realizada, mas a ideia concreta ou realizada, inseparável da forma, como esta o é do principio que nela aparece (...).
O belo (...) é em si mesmo infinito e livre. 
O carácter infinito e livre reconhecia-se quer no sujeito, quer no objecto, e neste do duplo ponto de vista teórico e prático (...).
(...) O sujeito retira os próprios fins perante o objecto, que considera como existindo por si mesmo, como tendo fim próprio e independente. Por isso, o objecto é livre, visto que não é um meio, mas um instrumento afecto a outra existência (...). 
Em virtude deste carácter livre e infinito que reveste a ideia do belo, como o objecto belo e a contemplação dele, o domínio do belo escapa à esfera das relações finitas e eleva-se à região da ideia e da sua verdade. 
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Georg Hegel, Do Belo e Suas Formas.

3 comentários:

APS disse...

Penso que Botticelli alguma coisa lhe deve...

Margarida Elias disse...

É verdade. Gosto muito de Filippo Lippi.

ana disse...

tudo belo a citação e a pintura.
Beijinho!:)